quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ética Política

A Política e a ética fazem parte da nossa realidade. É um dado de fato, existem. Ora, diante da realidade, nós só temos uma alternativa: ou estamos passivos diante dela ou a acolhemos (que a realidade ética possa ser negada é somente uma ilusão política perigosa).
Estar passivos diante da realidade ética, no caso da ação política, significa entender e praticar a relação social de poder como uma espécie de mecanismo de transferência pessoal de alguns valores e princípios de um lugar para outro, ou pela imposição ou por persuasão. A maneira com a qual muitas vezes estudamos a ética na política parece muito com a transferência de um conjunto de objetos de um espaço, o espaço pessoal de que detém o poder, para um outro espaço, o da mente do cidadão, onde esses objetos transitam, para, no devido tempo, serem transferidos para um novo espaço, espelhando a visão do dominador (político). Assim, a maior parte dos ideais, se perde na "terra de ninguém", ou de um único alguém. Nesse tipo de movimento, a mente e o coração da pessoa são implicados muito superficialmente. É como encher uma banheira de água: depois que nós destampamos a saída, a banheira fica úmida por um tempo e depois não fica nenhum resto de água. Sobra, simplesmente, a nostalgia do Ideário; a empírica visão de uma sociedade mais justa, mais ética e mais fraterna. Evidentemente que para tantos estou exagerando, mas não estou muito longe da verdade.
"Acolher" a realidade, nestes termos, significa "assumi-la", comprometer-se, envolver-se com ela, deixá-la entrar e, sobretudo deixar que ela modifique o nosso espaço interior (uma coisa depositada num quarto não modifica o quarto, mas uma semente plantada no chão o modifica). É este interesse que torna cada atividade nosso inclusive a vivência ética, elemento autenticamente humano. A realidade política nos interessa, tem a ver conosco, toca-nos no fundo. Mas, sem o conteúdo de uma ética verdadeira, a política torna-se mesquinha, fica distante da VERDADE POPULAR.
Assim é necessária uma discussão da realidade política atual, pautada na ética, não a ética do dominador e ou de quem o serve. Mas, a ética na visão comportamental do CIDADÃO, para que as pessoas possam reacender em si, o interesse pela atividade política.

 

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